Madre Anna Chiara Meli, ocso
Prioresa de Mvanda (RDC)
As sessões de formação
no mosteiro de Mvanda (RDC)
O mosteiro Nossa Senhora de Mvanda foi fundado pela Estrela Nossa Senhora (Parakou, Benim) em 1991. Desde o ano 2000, a abadia de Vitorchiano enviou cinco irmãs para assumir a responsabilidade do desenvolvimento desta comunidade. Mvanda foi erigido como priorado simples em 15 de fevereiro de 2010.
Há alguns anos, fez-se sentir em Kikwit a necessidade de oferecer a jovens candidatos à vida monástica ou religiosa apostólica a possibilidade de um ano de nivelamento e de pré-formação. Com efeito, os formadores de diferentes comunidades confrontam-se cada vez mais com o problema de falta de fundamentos sólidos, ao mesmo tempo do ponto de vista intelectual e da estrutura pessoal dos candidatos. Assim, as pessoas envolvidas na formação veem-se constrangidas a focar-se sobre aspectos que deveriam ser adquiridos primeiro, como o conhecimento do francês, um mínimo de conhecimento de si, uma formação catequética de base, etc., em vez de se concentrar sobre a formação puramente monástica. O que desencoraja vivamente muitos deles. E do lado das pessoas em formação, é real o risco de crescer com lacunas humanas e espirituais que serão acumuladas artificialmente pela acumulação de um saber assentado sobre bases que à primeira crise pode sucumbir.
O projeto, trazido pelas monjas trapistas de Mvanda, tomou uma forma concreta ao longo do mês de março de 2014.
Desde 2014 começaram os trabalhos de construção do centro destinado a acolher as atividades. A 19 de março de 2014, uma primeira reunião de concertação teve lugar na presença de dom Jean-Pierre Longeat, osb, presidente da AIM, a madre Anna Chiara, ocso (Mvanda), a irmã Patrizia, ocso, a irmã Catherine-Noël e o irmão Benoît (Tiberíades).
A escola é aberta aos jovens que vivem pelo menos um ano em comunidade enquanto aspirantes ou postulantes. O primeiro ano de estudos começou a 15 de setembro de 2014 e terminou a 19 de junho de 2015.
O tempo de formação ocorre de manhã, de segunda a sexta-feira. É elaborado um programa de três trimestres com uma progressão personalizada:
- primeiro trimestre: «A história e a minha história»;
- segundo trimestre: «Conhecer-me para me construir»;
- terceiro trimestre: «Entrar em aliança com a Bíblia».
Têm também lugar aulas de geografia, biologia, história, francês, etc.
Desde há alguns anos, o priorado de Mvanda organiza também sessões para os postulantes e noviços das congregações religiosas da região, entre os quais os mosteiros.
Nzonkanda ya lutondo: escola de caridade
Este projeto de criar uma escola de formação para religiosos nasceu de uma necessidade aí sentida de propor aos jovens monges e monjas um programa de formação mais especificamente orientado para a finalidade da sua vocação contemplativa.
Todavia, abrindo-o às outras congregações prontas a enviar alguns jovens, esperamos corresponder aos apelos formulados no belo documento da CIVCSVA sobre «A dimensão contemplativa da vida consagrada», e dar assim aos jovens religiosos e religiosas apostólicos uma base sólida para a sua missão. É claro que nos inspiramos na experiência feita na Bélgica e na França com o Instituto Teológico Inter-Monástico (ITIM) e o Studium teológico Inter-Mosteiros (STIM). Entretanto, tentamos adaptar os programas e o nível dos cursos à realidade e ao ritmo africanos.
Não queremos oferecer aos nossos jovens uma formação de tipo universitário. Para isso existem as universidades! Se também não podemos formar santos porque há aí uma obra divina, queremos pelo menos que os nossos religiosos(as) desejem sê-lo. Que através de uma formação humana e teológica equilibradas, eles possam profundamente tornar-se apaixonados de Cristo e da sua Igreja. A nossa aproximação pretende permitir aos nossos jovens «gostar e ver o quanto o Senhor é bom». Uma aproximação rigorosa enraizada na Escritura e na Tradição, preocupada inteligentemente com a transmissão do ensinamento da Igreja. Não se deve simplesmente fazer repetir mas assimilar para «com-preender» (levar consigo) e «co-nhecer» (renascer com), fazer a experiência íntima da beleza de Deus e da sua Igreja.
Os formadores esforçam-se por transmitir tanto um método de trabalho quanto um conhecimento. Exige-se deles que disponibilizem aos estudantes uma cópia das suas aulas e uma bibliografia atualizada tanto quanto possível. O percurso durante estes dois primeiros ciclos (sobretudo o primeiro) é, tanto quanto se possa, baseado nas Sagradas Escrituras, o Catecismo da Igreja Católica, o Concílio Vaticano II e as recentes encíclicas pontificais. Com efeito, propomos dois ciclos. O primeiro dirige-se aos jovens aspirantes, postulantes e noviços/as, mas também a jovens professos e professas. O segundo é destinado aos professos e professas simples ou perpétuos. O futuro demonstrará se é possível um terceiro ciclo.