Crônica
Encontro da cimbra
17 a 30 de junho de 2017
Mosteiro da Transfiguração em Santa Rosa – Porto Alegre
É com grande alegria que iniciamos esta crônica para partilharmos um pouco do que recebemos neste tempo favorável que foi o curso da Cimbra.
Com o tema “Caminho de Vida com a Regra de São Bento”, orientado pelas conferencistas Me. Hannah Van Quakebeke, OSB do Mosteiro de Betânia (Bélgica), e Me. Teresa Paula Perdigão do Mosteiro do Encontro, teve início mais um encontro de formação permanente para monges e monjas da vida monástica.
Dia 17 de junho Dom Bento do mosteiro da Transfiguração durante toda a tarde aguardava a chegada dos irmãos e irmãs de diversos mosteiros no aeroporto internacional de Porto Alegre, local combinado para a saída do ônibus.
A saída se deu às 21h10 do aeroporto, tudo correu tranquilamente durante a viagem, chegamos ao mosteiro (Santa Rosa) por volta das 4h da manhã com uma calorosa recepção de Dom Prior Cristiano dando as boas-vindas a cada um que descia do ônibus, em seguida nos dirigimos a entrada da hospedaria onde nos deparamos com um delicioso lanche. Após esta calorosa acolhida fomos descansar.
No domingo, às 9h30 celebramos a Eucaristia. As monjas formaram a statio no claustro do mosteiro; Madre Vera Lucia Perreiras Horta foi à frente levando o Círio, símbolo da CIMBRA, que foi entronizado ao lado do ambão.
O almoço foi servido às 12h10, após o almoço tivemos um tempo livre e às 15h rezamos o Oficio de Noa. A abertura do encontro ocorreu às 16h, Madre Vera Lucia deu-nos as boas vindas demonstrando sua alegria pela comemoração dos cinquenta anos da CIMBRA neste ano de 2017. Em seguida apresentou Madre Hannah e Madre Teresa Paula, agradecendo por tudo que dela temos recebido durante estes anos. No final Dom Prior Cristiano nos deu novamente as boas-vindas. Me. Hannah pediu-nos para que fizéssemos uma pequena apresentação para conhecer um pouco de cada um.
O curso das nossas reflexões seguiu aproximadamente assim:
No dia 19 de junho com uma temperatura de 4 graus iniciamos nossas atividades. A primeira conferência às 8h30 da manhã com o tema: “Qual é o homen que quer a vida e deseja ver dias felizes?” (RB, Prólogo, 15). É um convite que São Bento faz ressoar no coração do Prólogo da sua Regra.
Nós entramos no mosteiro para viver, para morrer em certas situações, mas para viver. São Bento fala de vida verdadeira e eterna. (Prol 17) O que significa isto para mim? Desejar a Vida verdadeira e eterna?. Para isso lemos o Evangelho de São João 5,1-18, cura de um enfermo na piscina de Bethasda, e é também o Evangelho que Simone Pacot utiliza como base no caminho da Evangelização das profundezas.
No final da conferência foi feita a divisão dos grupos que seguiu até o fim do curso. Foram 5 grupos com os seguintes nomes: grupo São Bento, Santa Escolástica, São Mauro, São Plácido e grupo São Romualdo, (neste dia celebramos a memória de São Romualdo). Com os grupos formados iniciamos nossos trabalhos. Após cada conferência tínhamos um tempo de interiorização pessoal e num segundo momento, conforme o horário combinado, o grupo se encontrava para partilhar suas reflexões e escolhia um representante para levar a sua “Flor” (termo que Me. Hannah usava para apresentar as nossas respostas como resultado de nossas reflexões).
Dia 20 - Nos encontramos no auditório para a segunda conferência com o tema “Abrir-se ao Espírito”
Será que ouvimos as batidas à porta do nosso ser? Abrimos a porta? Ou será que estamos à periferia de nós mesmos cortados de nossa fonte interior? Sabemos que Deus habita o ser humano, fazendo deste o templo do Espírito? Perguntas que nos fizeram refletir.
À tarde meditamos também sobre o Evangelho Lc 1,26-38 Maria como ser humano ficava completamente aberta para receber e conhecer o Espírito do Criador, graças ao seu consentimento o Verbo tornou-se Carne. Maria escolhe a vida sem conhecer o caminho, ela não sabe como, mas acredita que o Espírito completará a sua obra.
Após completas assistimos o filme: “O Silêncio” (primeira parte)
Dia 21 - Começamos nosso dia com a apresentação dos grupos, em seguida tivemos a conferência com o tema: “Eu o Senhor dou a vida, viva-a”.
“Então o Senhor Deus modelou o homem com a argila do solo, insuflou em suas narinas um hálito de vida e o homem se tornou um ser vivente (Gn 2,7). Esta palavra constitutiva do ser humano é um tremendo apelo à vida. É a primeira realidade que nós temos que integrar. O dom da vida é a primeira manifestação do amor para todos, sem exceção. A vida que Deus dá, não é qualquer vida. A vida que Deus quer dar, obedece a um mandamento.
À tarde tivemos a conferência de Madre Teresa Paula com o tema - O Cristo na RB
Após completas terminamos de assistir o filme: “O Silêncio” (segunda parte)
Dia 22 - “Eis que hoje estou colocando diante de ti a vida e a felicidade... escolhe pois a vida”! (Dt 30,15-20). Começamos a aprofundar o tema “Escolher a vida”, sejam quais forem as circunstâncias, somos chamados a tomar o partido da vida e abandonar os caminhos de morte. O monge é convidado a viver isso no HOJE que significa sempre. São Bento na Regra nos mostra os caminhos de vida que temos que trilhar, numa escuta atenta da Palavra de Deus. E neste “Hoje” rezamos as primeiras Vésperas Solene do Sagrado Coração de Jesus, com a entronização do ícone Cristo Pantocrator. Coroamos o dia com um jantar festivo, um delicioso rodízio de pizza.
Dia 23 - hoje ao sairmos da Igreja após Laudes nos deparamos com o belo espetáculo do sol brilhante, que veio nos aquecer, depois de alguns dias de intenso frio. Hoje o dia foi muito especial Solenidade do Sagrado Coração. Celebramos a Eucaristia às 11h. Na homilia D. Cristiano dizia: “No centro do mistério do mundo está Jesus Cristo. No centro do mistério de Jesus Cristo está sua morte, coroada pela ressurreição. No centro do mistério da sua morte está seu amor, seu coração. Por isto, podemos dizer que a celebração da festa do Coração de Cristo conduz à essência do cristianismo: a pessoa de Jesus, Filho de Deus e Salvador do mundo, manifestado no mistério mais íntimo do seu ser, nas profundezas de onde brotam todas as suas palavras e ações: seu amor filial e fraterno até a morte. O coração tem simbolizado, para grande parte das culturas, o centro vivo da pessoa, o fundamento da complexidade das faculdades, energia e experiências, na íntima unidade da pessoa. Além disso, o coração é símbolo da profundidade e autenticidade dos sentimentos e palavras, portanto, da sua fonte profunda: o amor.
À tarde demos início aos trabalhos com cada grupo encontrando-se para a partilha de sua reflexão.
Em seguida tivemos a conferência sobre As leis de vida - Simone Pacot. Começamos pela quarta lei da vida: A busca de unidade da pessoa habitada pelo Deus vivo.
Após o jantar nos despedimos de Me. Vera Lúcia, que precisou voltar para o seu mosteiro, após uma semana de muita dedicação e presença fraterna.
No dia 24 - Celebramos a Solenidade de São João Batista, a dinâmica do encontro foi um pouco diferente dos dias anteriores. Logo após as Laudes e o café da manhã, os grupos reuniram-se para a partilha do que havia sido transmitido no dia anterior, durante o tempo de interiorização, sobre: “A busca de unidade da pessoa habitada pelo Deus Vivo”. As “flores” colhidas da reflexão de cada grupo foram apresentadas a todos ainda pela manhã, após o breve intervalo do cafezinho. A celebração da Eucaristia realizou-se um pouco mais cedo, às 11 horas da manhã. Na homilia D. Cristiano Collart falou que “João Batista é como uma “porta”, que fecha o Antigo e abre o Novo Testamento, ele é o precursor d’Aquele com quem, por que, e para quem caminhamos na vida monástica, Jesus.” Às 14h rezamos Noa e em seguida assistimos o filme “A missão”, baseado na história dos Jesuítas que evangelizando os índios, deram suas vidas para protegê-los contra a escravidão dos colonizadores na Região Sul do Brasil. Este filme foi uma preparação para o nosso passeio no domingo às ruínas da missão de São Miguel Arcanjo.
Ao sairmos do auditório, após o filme, nos deparamos com uma bela surpresa: o jardim da hospedaria já estava todo enfeitado com bandeirinhas, balões, fogueira e chapéus de palha para a noite de São João. Tudo havia sido preparado cuidadosamente pelos noviços. Depois de rezarmos Vésperas, D. Cristiano fez o convite a todos para participarmos do jantar festivo, junto com toda a comunidade monástica do mosteiro da Transfiguração no jardim da hospedaria. Foi uma noite de convívio fraterno e muito alegria que teve inicio com a bênção da fogueira de São João e seguiu com música e comidas e bebidas típicas das festas juninas. Concluímos o dia com a oração das Completas na Igreja.
Dia 25 - Dia do Senhor
Pela manhã D. Cristiano, com muita alegria abriu-nos as portas de clausura e proporcionou-nos um belo passeio pelos claustros de seu mosteiro. Além de toda a beleza, ficamos impressionados com a providência de Deus para com esta comunidade.
À tarde visitamos as ruínas de São Miguel. A nossa saída foi às 13h30, juntamente com alguns monges da comunidade da Transfiguração. O trajeto muito bonito, plantações, milho, soja, pareciam tapetes estendidos. O tempo estava ótimo, o sol brilhante e quente, tudo providência de Deus. O percurso foi em torno de 2 horas. Ao chegarmos ao local fomos assistir um filme com um pequeno resumo da história que já nos antecipava a beleza que iríamos contemplar com os nossos olhos. Em seguida nos encontramos com a guia chamada Lúcia, muito simpática e disponível para nos dar todas as informações. O Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo, popularmente conhecido como Ruínas de São Miguel das Missões, é o conjunto de remanescentes da antiga redução jesuítica de São Miguel Arcanjo, integrante dos chamados Sete Povos das Missões. As ruínas da igreja constituem os vestígios mais impressionantes e mais íntegros da antiga redução. O espaço do sítio foi qualificado com um projeto de iluminação especial, criando-se o Espetáculo de Som e Luz, que narra a história do local em meio a efeitos especiais, infelizmente não pudemos ficar para este espetáculo, pois a hora já estava avançada. A antiga redução de São Miguel ainda guarda forte apelo para as comunidades guarani que sobrevivem nas redondezas, que são herdeiras diretas da cultura colonial. Acredito que este lugar com tamanha beleza ficará sempre em nossas mentes, pois não se trata apenas de um patrimônio da humanidade, mas sim, da história de um povo que nunca será esquecido.
As 18h10 retornamos ao Mosteiro em clima de muita alegria e festa. Chegamos por volta das 20h, a festa continuou com um delicioso jantar.
Dia 26 - No café da manhã encontramos Me. Madalena que havia chegado há pouco tempo, e cumprimentou a cada um.
Às 8h30 como de costume nos encontramos no auditório para retomarmos nossas atividades depois de um final de semana intenso. A conferência desta manhã teve o tema: A aceitação da condição humana - segunda lei da vida por Simone Pacot. Após a conferência tivemos um tempo de interiorização pessoal com algumas perguntas como: Será que coloco qualquer coisa ou qualquer pessoa no lugar de Deus? Quero que um outro preencha o meu vazio interior? No período da tarde cada grupo apresentou sua “flor” (reflexão) . Em seguida tivemos uma conferência com o tema: “Os monges suportarão sem nenhuma impaciência suas enfermidades corporais e morais (RB 72,5). A atitude que São Bento nos convida a ter a respeito das enfermidades corporais vai ser muito útil para compreender sua visão sobre os limites humanos.
Dia 27 - Hoje nossa conferência teve como tema : A Humildade - resposta à onipotência. A 2ª lei da vida (Simone Pacot)
Perguntaram um dia a um monge: “O que é que vocês fazem no mosteiro?” Ele respondeu “Nós caímos e nos levantamos, caímos e tornamos a nos levantar”. Com esta citação iniciamos a conferência deste dia. A onipotência toca em primeiro lugar a relação com Deus, mas depois, ela terá repercussão sobre todas as nossas relações. O que faz a onipotência? Faz com que Deus não fique mais em seu lugar em nossa vida. Oposta a onipotência Simone Pacot indica a humildade.
À tarde tivemos a conferência com o tema: A Vontade de Deus e o desejo humano.
Começamos ouvindo o Evangelho de Lc 10,38-42 (Marta e Maria). Esta casa de Marta e Maria de Betânia é para Jesus o lugar de descanso e de amizade. Marta tem a responsabilidade de administrar a casa, e Maria que normalmente também teria de cumprir uma tarefa de serviço material, como preparar as refeições, escolhe um lugar completamente inesperado para uma mulher da época, se instala aos pés de Jesus, para escutá-lo.
Dia 28 - Vamos falar de uma lei de vida muito importante em nossa vida comunitária. (Terceira lei de vida - Simone Pacot) A manifestação da identidade específica de cada pessoa em Deus e em justa relação com o outro.
A Terceira lei de vida vai apresentar as condições de um amor verdadeiro, quer dizer, um amor em Verdade.
Você é criado e amado como um ser único.
Me. Hannah falou “Do bom zelo que os monges devem ter RB 72. Um capítulo magnífico sobre o amor. Amor ferventíssimo, amor puro e amor humilde. Há um zelo bom e um zelo mal, os dois separam. O zelo mal separa de Deus e o zelo bom separa dos vícios. Há dois caminhos.... Um caminho leva à vida o outro à morte.
Dia 29 - Hoje todo o dia foi especial.
Nossa conferência teve como tema: O Perdão
Começamos com a leitura da parábola do filho pródigo (Lc 15,11-32). Os dois filhos tem trajetos fundamentalmente distintos, mas, eles possuem algo em comum. Não conhecem de verdade o Pai. O mais novo está seguro daquilo que quer - Partir: O outro tem a certeza de estar no caminho certo; o caminho do dever. ... Ambos perderam o caminho do coração.
Foi uma conferência muito forte e profunda.
Após o jantar tivemos “A noite Cultural”.
Durante toda a semana os grupos empenharam-se preparando números, de acordo com o tema desta CIMBRA. Madre Madalena fez a abertura deste momento, acolhendo em nosso meio os nossos convidados especiais: Dom Cristiano Collart e toda a sua comunidade.
O primeiro grupo, Santa Escolástica, apresentou uma encenação reflexiva, baseada no Capítulo 5 da Regra de São Bento, da Obediência. O grupo São Romualdo apresentou uma encenação, baseada no capítulo 40 da Regra e na pergunta que Me. Hannah nos fez em uma de suas conferências: qual seria hoje o vinho para o qual é preciso determinar uma medida?
O grupo São Plácido, representou a banda “Petit Placid” (Pequeno Plácido). Utilizando o toque instrumental da música “A Paz” - eles cantaram “Coração Profundo” que é uma paródia com letra criada por eles, baseada nas conferências de Me. Hannah.
O grupo São Mauro inspirou-se na música “Epitáfio” para criar uma paródia com o mesmo nome. A música original, da banda Titãs, fala de uma pessoa que se arrepende por não ter feito coisas que deveria fazer, vivendo em comunidade; além disso, também fala da proteção de Deus em nosso caminho para o coração profundo.
Num clima de muita oração, o grupo São Bento trouxe o poema “Caminho de Vida”, escrito por D. Basílio.
Foi uma noite muito agradável, repleta de alegria e criatividade. Agradecemos a Deus, rezando juntos as Completas e, ao final Dom Cristiano e a comunidade nos presenteou com suas vozes cantando a oração do Pai Nosso.
Na manhã do dia 30, dia de despedidas, o céu estava até um pouco mais nublado; porém, a última conferência desta CIMBRA com certeza renovou as nossas forças para retornarmos às nossas comunidades com mais vigor; Madre Hannah nos falou sobre a quinta lei da vida: “O ingresso na fecundidade e no dom” e a Páscoa – o sentido do trajeto/o caminho de nossa Páscoa. Antes do momento de interiorização, já nos despedimos da Madre Roberta (Mosteiro da Santíssima Trindade) e da Ir. Maria Ester (Mosteiro de Santa Maria da Esperança - AC), pois elas precisaram sair mais cedo, não podiam ficar até o fim do encontro.
Durante a Missa, houve o Rito preparatório à Odenação Presbiteral, de D. Samuel, que fez sua Profissão de fé.
Às 14h00, como havia sido proposto por Madre Madalena, os grupos reuniram-se para fazer uma avaliação desta CIMBRA. Após meia hora de conversa, formamos um grande círculo e um representante de cada grupo leu em voz alta o resultado das avaliações. Tudo foi considerado muito bom: o local, a acolhida, o tema, a conferencista, a presença de Madre Vera Lúcia, Madre Tereza Paula, Dom Cristiano Collart e Madre Madalena, assim como, a interação de todos os participantes.
Após este momento, rezamos juntos Noa e houve uma pequena pausa para o cafezinho. Retornando ao grande círculo na sala de conferência, em clima de oração, fomos convidados por Madre Hannah a trazermos as “flores” que colhemos nesta CIMBRA. Quem desejasse poderia partilhar como foram esses dias de encontro. Cada partilha era alternada com um canto. Uma palavra que se repetiu várias vezes foi - “gratidão”.
Após o jantar rezamos as completas com a comunidade da Transfiguração e às 21h30 nosso ônibus já estava à nossa espera. Dom Cristiano, Madre Madalena e alguns monges nos acompanharam até a porta do ônibus. Assim como na acolhida, tivemos uma calorosa despedida, mesmo com os termômetros de Santa Rosa marcando baixas temperaturas. Antes de partirmos, fizemos uma breve oração dentro do ônibus. O relógio marcava 05h10 quando chegamos ao aeroporto de Porto Alegre, onde tomamos o café da manhã e à medida que ia se aproximando o horário do voo de cada um, íamos nos despedindo uns dos outros.
Agradecemos a Deus por Seu imenso amor por nós; a nossos superiores e superioras, pela oportunidade que nos foi dada de participarmos desta CIMBRA; aos nossos co-irmãos e co- irmãs de comunidade, que nos substituíram em nossos trabalhos; a Madre Hannah por suas tão inspiradas conferências e a todos, pelo agradável convívio!
Os Cronistas,
- Maria Esther Sousa Alves, OSB (Mosteiro Nossa Senhora da Paz)
- Bernardo Amador da Silva,OSB (Abadia de Nossa Senhora do Monserrate)